A escrita, papel, sistemas de impressão, fotografia e cinema

O avanço tecnológico permitiu o desenvolvimento de equipamentos que marcaram definitivamente a evolução dos sistemas de comunicação. A história começa com o surgimento da escrita, isso no período antes de Cristo. A evolução fica por conta dos processos de reprodução de mensagens, do uso dos mais diferentes materiais para a grafia - até se chegar ao papiro e ao papel - e do serviço de entrega de mensagens. No último milênio, as invenções permitiram o surgimento dos tipos móveis e a possibilidade de levar informação a um maior número de pessoas. Em 1450 os jornais surgem na Europa. Em 1455 Johannes Gutenberg inventa a prensa e os tipos móveis. Mesmo com a crescente evolução - que ampliava a possibilidade de levar a informação escrita - o poder atribuído às mensagens era tão grande que surgia sempre alguma forma de censura. Mesmo na Revolução Industrial – com as grandes máquinas rotativas e as compositoras (linotipos) - um retrocesso: os sistemas de informação ficam caracterizados como unilaterais, ou seja, as grandes organizações que possuem os recursos e os equipamentos é que decidem o que divulgar para o público. Outros inventos importantes que se relacionam com a divulgação de informações: em 1826 o francês Joseph Nicéphore Niépce é o autor da imagem fotográfica mais antiga que se tem notícia.


Primeira fotografia de Niépce em 1826, tirada da janela do sótão de sua casa de campo em Le Gras em Chalons-sur- Saône, na França.
Fonte:http://www.cotianet.com.br/photo/hist/niepce.htm

Em 1878, o fotógrafo inglês Eadweart Muybridge é contratado para fotografar o cavalo Occident. O Objetivo era provar que o animal, quando corria, ficava, em algum momento, com todas as patas no ar. Ele utilizou várias máquinas fotográficas que iam sendo acionadas quando o cavalo pisava num fio. Muybridge provou que o cavalo realmente ficava no ar e, acompanhando o movimento quadro a quadro, ficou conhecido como “o pai do imagem em movimento”, iniciando o caminho para o cinema.


Eadweard Muybridge
Galloping Horse
1878
http://www.masters-of-photography.com/M/muybridge/muybridge_galloping_horse_full.html

Thomas Edison chegou a desenvolver o kinetoscópio, um aparelho que tornava possível ver um filme, só que limitado a um espectador de cada vez. Em 1895, na França, os irmãos Auguste e Louis Lumière apresentam o cinematógrafo, aparelho utilizado para filmar e fazer projeções ao público.

Sistemas eletrônicos: o telégrafo, o telefone, o rádio e a televisão



Apesar de o uso de recursos interativos ser um grande atrativo nos dias de hoje, é possível verificar que, historicamente, alguns equipamentos já nasceram com um “potencial” interativo. Talvez um dos exemplos mais evidentes seja o telefone. Patenteado por Alexander Graham Bell em 1876, o telefone é um exemplo de transmissão de mensagem sonora com resposta. É esse retorno da mensagem que faz do telefone um equipamento interativo. Antes disso foi inventado o telégrafo e o código morse. Em 1894 Guglielmo Marconi desenvolve o telégrafo sem fio e em 1902 transmite o primeiro sinal de rádio através do oceano Atlântico. A evolução do rádio, de início com o radioamadorismo, também deixa clara uma “potencial interatividade”. Isso sem falar na associação que pode existir entre as emissoras de rádio (como conhecemos hoje) e o retorno da informação através do telefone. Descoberto como poderoso instrumento de propaganda, o rádio acabou se caracterizando mais pela transmissão e não necessariamente pelo retorno dos radiouvintes.


A televisão surge de pesquisas independentes e da evolução de outras descobertas anteriores. Em 1884 o alemão Paul Nipkow patenteia o projeto de um disco rotativo com perfurações. Através desses furos a luz passaria, esquadrinhando a imagem e gerando um fluxo de elétrons por onde ela seria transmitida através de um fio, utilizando a mesma lógica de transmissão do telefone. Ele não chegou a construir um modelo, mas as primeiras transmissões de TV foram baseadas em seus escritos. Em 1924, utilizando esse sistema mecânico, o escocês John Logie Baird é o primeiro a transmitir imagens em movimento de um rosto humano. Na Inglaterra a BBC, em 1929, faz experimentos. Emissoras de televisão começam a operar com esse sistema de transmissão. A evolução seguinte surgiu nos Estados Unidos com o esquadrinhamento eletrônico de imagens, sistema desenvolvido de maneira independente pelo imigrante russo Vladimir Zworykin, que chamou seu invento de “iconoscópio” e pelo americano Philo Farnsworth, com seu “dissecador de imagens”. Nos dois casos são nomes diferentes para o que chamamos de tubo de raios catódicos. Na década de 50 surge o videoteipe, que permitiu a gravação da imagem em fitas magnéticas. Da mesma forma que o rádio, a concessão de canais de TV passou a ser controlada. Além disso, para ter um canal era preciso um investimento muito alto, restrito à grandes grupos econônimos.

A televisão evoluiu, passou a transmitir em cores, além da troca dos tubos nas câmeras pelo CCD (dispositivo de carga acoplada), um chip que recebe a imagem e faz a transferência digitalmente. As câmeras profissionais possuem três CCD’s, um para a cor vermelha, o segundo para a verde e outro para a cor azul. Os equipamentos foram diminuindo de tamanho. As câmeras para a reportagem em telejornalismo passaram a levar o videoteipe à tiracolo e mais tarde o videoteipe passou a ser acoplado às câmeras, como conhecemos hoje (a camcorder).

O computador, a internet e a televisão



A evolução dos equipamentos profissionais vem sendo incorporada aos equipamentos amadores. Então, por incrível que pareça, a tecnologia é que pode garantir o acesso mais facilitado a equipamentos de qualidade, antes acessíveis a grandes grupos. Os equipamentos digitais – semiprofissionais – melhoraram muito em relação aos analógicos e garantem um padrão de produção melhor. Isso tudo aliado à possibilidade de editar no computador, onde as imagens passam para o disco rígido como arquivos que podem ser trabalhados de maneira não-linear (a escolha das cenas na ordem desejada, diferente da edição com dois vídeos onde era preciso gravar uma cena na seqüência da outra, de maneira linear). Uma mudança radical na forma de se produzir em televisão. Produção tão revolucionária que permite o uso da mesma técnica de edição não-linear tanto nos mais altos padrões profissionais das emissoras, como na casa de adolescentes que, na interação com amigos, estão descobrindo como produzir e editar um vídeo. Outra contribuição fundamental para essa pesquisa é a compressão dos arquivos de vídeo, ou seja, a geração de arquivos pequenos com qualidade aceitável para transmissão via Internet. Os vídeos podem ser acessados no computador mesmo ou recebidos pela Internet e apresentados nos canais de televisão (abertos ou cabo), como é a proposta do projeto Marint.